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 Samara Morgan: Do Folclore Japonês ao Pavor da Tela — O Caso Real é intenção da sua tv!

Aqui no Conspire Assim, mergulhamos nas sombras para desvendar as verdades ocultas por trás das lendas que nos assombram. Hoje, vamos explorar a figura aterrorizante de Samara Morgan, uma garotinha de cabelos longos e escuros que rasteja para fora da televisão no filme O Chamado (The Ring). Sabe-se que o filme é um remake de muitos clássicos japoneses, Ringu, e que Samara é a versão ocidental de Sadako Yamamura. Mas o que pouca gente sabe é que a inspiração para Sadako, e por consequência para Samara, não veio do nada. Ela tem raízes profundas e perturbadoras no folclore japonês e em casos reais de psiquismo específico.

Sadako Yamamura: A Origem Japonesa do Pavor

No Japão, a lenda de Sadako Yamamura é muito mais do que apenas um filme de terror. Ela é baseada em uma rica tapeçaria de confiança sobre yūrei (fantasmas vingativos) e figuras históricas com habilidades paranormais. O autor Koji Suzuki, criador da série de livros Ringu, se concentrou principalmente em duas fontes para conceber Sadako:

 * Banchō Sarayashiki (A Lenda de Okiku): Uma das mais famosas lendas de yūrei no Japão. Okiku era uma serva que foi acusada injustamente de quebrar um dos dez pratos de valor de seu mestre. Como a esperança, ela era torturada diariamente e, eventualmente, jogava em um poço. Desde então, seu fantasma assombra o poço, e à noite, pode-se ouvir sua voz contando os pratos de um a nove, seguido de um lamento horrível ao não encontrar o décimo. A imagem da mulher morta em um poço, que busca vingança, é uma clara influência para Sadako.

 * Mifune Chizuko: A Psíquica Real: Esta é a conexão mais intrigante com um "caso real". Mifune Chizuko (1886-1911) foi uma mulher japonesa que realmente existiu e que possuía poderes psíquicos extraordinários, incluindo clarividência e telecinesia. Ela ficou famosa no início do século XX por suas previsões públicas de "leitura remota" (clarividência) e por prever acontecimentos. Sua vida foi marcada por controvérsias e ceticismo científico, e ela acabou falecendo jovem, sob acusações que levantaram suspeitas (alguns disseram que cometeram suicídio devido à pressão e descrédito).

   Koji Suzuki, o autor de Ringu, se desenvolveu diretamente em Chizuko para criar a história de Sadako. Sadako Yamamura, nos livros, é filha de uma psicóloga famosa, Shizuko Yamamura, que também sofreu com o escrutínio e a perseguição por seus poderes. A ideia de uma pessoa com habilidades paranormais sendo perseguida e incompreendida, levando a uma morte trágica e à manifestação de uma entidade vingativa, tem paralelos claros com a história de Mifune Chizuko.

De Sadako a Samara: A Adaptação Ocidental

Quando Ringu foi adaptado para o público ocidental como O Chamado, a personagem Sadako se tornou Samara Morgan. Embora muitos elementos culturais e nomes tenham sido alterados para ressoar com o público ocidental, a essência de sua origem permanece: uma jovem com poderes psíquicos incompreendidos, rejeitada e morta de forma cruel, que volta para buscar sua vingança através de uma maldição transmitida por uma fita de vídeo (e depois, em versões modernas, pela internet).

A imagem icônica da figura de cabelos negros cobrindo o rosto, rastejando de um poço e saindo da tela da TV, é um testamento remanescente à força da lenda japonesa e à habilidade de Koji Suzuki em transformá-la em um terror moderno.

A Conspiração por Trás do Horror

Aqui no Conspire Assim, a pergunta que fica é: seria a popularidade e o terror gerado por The Ring e Ringu apenas uma coincidência ou uma forma de nos lembrar de que certas forças e poderes, antes relegados ao folclore, podem ter uma base mais real do que ousamos admitir?

A figura de Samara/Sadako, inspirada em uma mulher que realizou manifestações de habilidades psíquicas extraordinárias, serve como um lembrete arrepiante de que o véu entre o que consideramos "real" e o "sobrenatural" pode ser mais tênue do que imaginamos. E, talvez, a verdadeira maldição não esteja na fita, mas na negação de que certas verdades espreitam nas sombras, prontas para rastejar para fora e nos confrontar.

E você, caro leitor, ainda consegue assistir a O Chamado sem pensar na mulher real que pode ter inspirado tanto pavor?

Pode ser que a TV gere o horror dela simplesmente para que você nunca desperte o poder da telecinese, por medo.


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